A popularização do design modernista no Brasil deve muito ao francês Michel Arnoult (1922-2005). Designer e arquiteto, com experiência em chão de fábrica na Alemanha nazista, ele voltou para seu país no fim da guerra, estudou e estagiou com o designer Marcel Gascoin, pioneiro na produção de mobiliário em série. Viajou pela América Latina e decidiu se instalar no Rio de Janeiro em 1950, onde trabalhou no escritório de Oscar Niemeyer e cursou Arquitetura. Aqui, passou a se dedicar ao design de móveis populares, utilizando o eucalipto como matéria-prima por ser uma madeira de reflorestamento. Uma de suas criações mais conhecidas é a Poltrona Pelicano, símbolo da essência de seu trabalho: um móvel acessível, simples, prático, leve e versátil. Ao abrir a Mobília Contemporânea, Arnoult implantou no setor moveleiro um novo modelo de produção e consumo. Outros destaques da coleção dos anos 60 foram a estante Peg Lev e a poltrona Ouro Preto, com estrutura em imbuia e estofamento sustentado por fios de náilon. O designer era contra o consumismo desenfreado e produzia móveis duráveis e com preço justo. Sua máxima era en avoir pour son argent, ou seja, estar satisfeito pelo valor pago.
Nascimento: 1922, França
Falecimento: 2005, França